sábado, 28 de agosto de 2010

"Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite..."

Mesmo que não se tenha dinheiro, ânimo e/ou disposição. Final de semana é sempre bom pra quem passa a semana toda acordando cedo, resolvendo buchas e pepinos, engolindo sapos e vendo caras feias o tempo todo.
Sendo assim, dois dias que é possível ficar em casa, despreocupada com o horário, com a chefia e toda obrigação burocrática, é praticamente a glória.
Ainda que seja necessário realizar uma corrida contra o tempo pra que tudo possa ser feito, desde manter a vida em ordem, a casa limpa, a mente descansada e as amizades preservadas, vala e pena pelo simples fato de poder dormir mais alguns minutinhos (leia "algumas horas").
Triste é saber que o tempo passa corrido, que nunca é suficiente e que raramente satisfaz. Mas, pra que o texto não fique de todo pessimista, vale lembrar que os dias são contados de forma cíclica e que depois dos cinco dias infelizes de pura rotina, eles virão novamente, pra dar asas às vontades próprias.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tenho tendências egoístas. Forte tendência. Tenho grande dificuldade em aceitar de bom grado a opinião alheia.
Enquanto as linhas do meu rosto desenham um grande sorriso, meu peito suporta uma angústia tão grande que sempre me arrependo de expressar a opinião que foi contrariada.
Sempre acredito que a minha opinião é a correta, que a minha atitude é a mais justa, que os meus pensamentos são os mais sensatos e que os meus ideais são os mais concretos.
O meu juízo é o que importa. Os meus sentimentos são os mais importantes. O meu sofrimento é o mais angustiante. O meu coração é o mais valente.
E não quero dicas, sugestões, conselhos, dispenso todos. Porque o meu raciocínio, que é o mais lógico, um dia vai me mostrar a melhor solução e a melhor atitude a tomar. E se isso não acontecer, a minha consciência, que por incrível que pareça é a mais justa, vai pesar indescritivelmente durante muito e muito tempo.
Sou auto-punitiva, sou mesquinha e egoísta. Tenho meus altos e baixos que oscilam constantemente e não aceito dedo alheio apontado em minha direção.
Tenho consciência, tenho "espelho interior", não adianta querer abrir os olhos que já estão abertos e que, a propósito, nunca se fecharam.
Só preciso de tempo, tempo, tempo... aquele tempo que acalenta todos os males.

Anne Frank...

"Na cama, à noite, enquanto penso em meus muitos pecados e em meus defeitos exagerados, fico tão confusa pela quantidade de coisas que tenho que analisar que não sei se rio ou se choro, dependendo do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente do que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser."
[p. 90]

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu coleciono dissabores, reúno desacertos.
Sou todo erro.

sábado, 7 de agosto de 2010

Eu queria usar este espaço para compartilhar os bons momentos vividos, as grandes emoções, narrar belas histórias com finais felizes, sonhos realizados, enfim... relatar tudo de melhor que a vida pode oferecer aos reles mortais e que, de uma forma ou de outra acabaria refletindo em mim. No entanto, a embriaguez proporcionada pela felicidade simplesmente inibe em mim todo e qualquer movimento que possa ser e/ou parecer uma construção textual.
O fato é que este blog assumiu pra mim a última característica útil que deveria: a de ser única e exclusivamente o meu saco de vômito, a minha sessão descarrego, o meu grito, as minhas lágrimas, o nó da minha garganta e o aperto do meu peito. Recorro a ele apenas para blasfemar, xingar o mundo, rasgar o verbo e aliviar a alma dos pensamentos que perturbam o meu sono.
Mas não faço como deveria. Não faço como gostaria.
A sensatez, na maioria das vezes, impede que eu seja clara e escreva exatamente, com todas as letras, nomes, cores e tons, tudo o que passa na minha mente. Auto-censura. Covardia.
Eu não me importo com o outro. Preocupo-me apenas com a minha consciência, que apesar de não pertencer às mais limpas do universo, ainda se manifesta quando resolvo atingir diretamente as pessoas com a minha insensibilidade, grosseria e brutalidade.
Tenho buscado a clareza, tenho buscado pequenos focos luminosos nas ínfimas ações. Tenho buscado sinceridade, espontaneidade e segurança. Não espero encontrar um grande corpo celeste, mas contento-me com faíscas.