Eu queria usar este espaço para compartilhar os bons momentos vividos, as grandes emoções, narrar belas histórias com finais felizes, sonhos realizados, enfim... relatar tudo de melhor que a vida pode oferecer aos reles mortais e que, de uma forma ou de outra acabaria refletindo em mim. No entanto, a embriaguez proporcionada pela felicidade simplesmente inibe em mim todo e qualquer movimento que possa ser e/ou parecer uma construção textual.
O fato é que este blog assumiu pra mim a última característica útil que deveria: a de ser única e exclusivamente o meu saco de vômito, a minha sessão descarrego, o meu grito, as minhas lágrimas, o nó da minha garganta e o aperto do meu peito. Recorro a ele apenas para blasfemar, xingar o mundo, rasgar o verbo e aliviar a alma dos pensamentos que perturbam o meu sono.
Mas não faço como deveria. Não faço como gostaria.
A sensatez, na maioria das vezes, impede que eu seja clara e escreva exatamente, com todas as letras, nomes, cores e tons, tudo o que passa na minha mente. Auto-censura. Covardia.
Eu não me importo com o outro. Preocupo-me apenas com a minha consciência, que apesar de não pertencer às mais limpas do universo, ainda se manifesta quando resolvo atingir diretamente as pessoas com a minha insensibilidade, grosseria e brutalidade.
Tenho buscado a clareza, tenho buscado pequenos focos luminosos nas ínfimas ações. Tenho buscado sinceridade, espontaneidade e segurança. Não espero encontrar um grande corpo celeste, mas contento-me com faíscas.
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