sábado, 7 de agosto de 2010

Eu queria usar este espaço para compartilhar os bons momentos vividos, as grandes emoções, narrar belas histórias com finais felizes, sonhos realizados, enfim... relatar tudo de melhor que a vida pode oferecer aos reles mortais e que, de uma forma ou de outra acabaria refletindo em mim. No entanto, a embriaguez proporcionada pela felicidade simplesmente inibe em mim todo e qualquer movimento que possa ser e/ou parecer uma construção textual.
O fato é que este blog assumiu pra mim a última característica útil que deveria: a de ser única e exclusivamente o meu saco de vômito, a minha sessão descarrego, o meu grito, as minhas lágrimas, o nó da minha garganta e o aperto do meu peito. Recorro a ele apenas para blasfemar, xingar o mundo, rasgar o verbo e aliviar a alma dos pensamentos que perturbam o meu sono.
Mas não faço como deveria. Não faço como gostaria.
A sensatez, na maioria das vezes, impede que eu seja clara e escreva exatamente, com todas as letras, nomes, cores e tons, tudo o que passa na minha mente. Auto-censura. Covardia.
Eu não me importo com o outro. Preocupo-me apenas com a minha consciência, que apesar de não pertencer às mais limpas do universo, ainda se manifesta quando resolvo atingir diretamente as pessoas com a minha insensibilidade, grosseria e brutalidade.
Tenho buscado a clareza, tenho buscado pequenos focos luminosos nas ínfimas ações. Tenho buscado sinceridade, espontaneidade e segurança. Não espero encontrar um grande corpo celeste, mas contento-me com faíscas.

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