quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desejos...

E a minha opção para hoje é ser feliz, independente da ordem, de toda essa ordem, de quem tentar se opor. Escolho sorrir para o estranho, brincar com o malandro, equilibrar a sensatez em meu nariz.
Decido optar pelo discreto, pelo duvidoso, que sabiamente questiona, intriga, inspira. Que encantadoramente atrai.
Opto pelas dúvidas, pelo frio na barriga, pelo tremor das mãos e pelo suor discreto e gelado que atinge especialmente as extremidades do corpo em momentos quentes, de dias frios.
Desejo a incerteza do sorriso, na esperança do contato para a realização do inesperado.

terça-feira, 21 de junho de 2011

muito além...

Não é uma questão de saber da existência, mas de conhecer... intimamente, se possível.
Não basta simplesmente trocar algumas frases desconexas, ou desabafar um problema solucionável para saber cada detalhe da vida de alguém, ou o caminho de seus pensamentos.
Não basta conhecer a cor ou a banda preferida dela para considerá-la previsível, nem os planos que ela possui para os próximos dois meses pra acreditar que você já faz parte de sua vida.
Há muito mais além de simples conversas em redes sociais, de scraps trocados, sms mandados e muito mais do que seis palavras ouvidas através de uma ligação de celular.
As fronteiras vão muito além dos quilômetros que distanciam o tato.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ironia

(latim ironia, -ae, do grego eironeía, -as, dissimulação, ignorância)
s. f.1. Expressão ou gesto que dá a entender, em determinado contexto, o contrário ou algo diferente do que significa.
2. Atitude de quem usa expressões ou gestos irónicos.
3. Sarcasmo.
4. Acontecimento ou resultado totalmente diferente do que eram as expectativas (ex.: ironia trágica).


Nada melhor do que compreender a palavra em seu sentido denotativo para daí aceitar os infortúnios cotidianos.
A vida é constantemente irônica, dicotômica, sarcástica, mesquinha, egoísta e desgraçadamente surpreendente e é necessário possuir uma habilidade extraordinária pra conseguir driblar esta adversária tão feroz.
Confesso que não sou uma dessas, sou daquelas que frequentemente desabam no chão, vítima de uma forte rasteira. Ou então daquelas, que comummente surgem com o rosto avermelhado pelo tapa que a vida lhe acertou.
Admito também que não sei lidar muito bem com isso, porém tento convencer-me de que o reconhecimento das próprias dificuldades já é um grande passo para conseguir superá-las. Mas ainda falta tanta motivação, faltam tantos impulsos...
Mas quem me vir, dirá que sou feliz e otimista, e que pensamentos tão perturbadores são incapazes de interrogar a minha consciência. Esquecem-se que esta voz só tira apenas o meu sono, só dificulta a decisão dos meus atos, só aflige os meus sonhos e impede a realização dos meus planos. Esquecem que o sorriso mascarado, que as sátiras verbalizadas e que os gestos soberbos escondem a constante desmotivação, a fraqueza, o desânimo e a desventura de alguém inanimado.
É cômico saber que para isto não há compreensão, mas sim aceitação. Recuso-me a compreender quando deveria recusar-me a aceitar. No entanto aceito, como consequência irônica daquilo que nomeiam vida e que coube a mim assumí-la de maneira particular.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tirando a poeira...

De repente todas as luzes se apagam. Todas as pessoas já se foram, os bancos encontram-se vazios e toda a sujeira de pipocas, doces e refrigerantes é o que restou de um espetáculo tão fabuloso. E nada é como antes.
Ter obrigatoriamente que arrumar o recinto para novas repetidas apresentações é desmotivante, cansativo e desprazeroso. Gostaria sim, de poder sentar-me e assistir a vida acontecer, assim... sentada na primeira fileira. Assim, ver a trama cotidiana e esquecer que por mais de vinte anos fui personagem desta vida teatral.
As mudanças de ciclos, as passagens de etapas, toda a transitoriedade é desmotivante...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mudanças simplesmente acontecem. E nem sempre elas são benéficas. Às vezes elas surgem simplesmente para adequar à realidade aquele (ou aquilo) na qual se aplica. Às vezes ela surge apenas para mascarar a realidade àquele (ou àquilo) na qual se aplica.
Mudanças, em sua maioria, são conseqüências, inconseqüentes, impensadas, irracionais. E lidar com isso é pior do que se imagina.
Elas surgem mudas, silenciosas, de maneira misteriosa e avassaladora. Causam o rebuliço, tiram tudo fora do lugar, bagunçam, sujam, quebram, para depois de causada a desordem, deixar como conseqüência as barbáries sociais, os buracos psicológicos, os vácuos emocionais.
Mas voltam, elas sempre voltam. Quando tudo estiver (re)organizado, elas aparecem como um furacão, pra fazer surpresa à falsa estabilidade momentânea.
Dicotômica. A vida, ela é dicotômica.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ela.
Que de tanto descansar, acordou.
Que de tanto deitar, caminhou.
Que de tanto insistir, desistiu.
Que de tanto temer, enfrentou.
Que de tanto esconder, arriscou.
Que de tanto chorar, sorriu.
Que de tanto balançar, sentou.
Que de tanto agitar, acalmou.
Que de tanto receber, reagiu.
Ela.
Só ela.
Que pagou sem dever.
Que contribuiu sem precisar.
Que despencou sem carregar.
Que falou sem perceber.
Que dançou sem embalar.
Que acreditou sem sonhar.
Que ouviu sem merecer.
Que saiu sem caminhar.
Que viveu sem pensar.
E assim, ela
Sofreu,
Caminhou,
Aprendeu,
Sorriu,
Esqueceu,
Chorou,
Cedeu,
Confortou,
Partiu,
Voltou,
Morreu.

sábado, 26 de março de 2011

Ah, desalinho...

E essa vida toda torta, cheia de curvas, declives e buracos?
E essa consciência esmagadora e acusativa, que a cada minuto retoma um dos questionamentos que por ora pensei ter esquecido?
E essa insatisfação duradoura que perdura ainda que tudo esteja fluindo positivamente?
Por que tanta racionalidade? Pra quê tanta reflexão?
As respostas, ah!... as respostas! Elas existem?
É viver tentando explicar o inexplicável, racionalizar a subjetividade, definir o impossível... é viver dando murros em ponta de faca, tentando descobrir o caminho que conduz à felicidade com medo de se arriscar e se perder.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..."

Sem pressa, sem ânimo, sem consciência de que essa vida cíclica é um fardo que nós, humanos, carregamos desde o primeiro minuto de vida.
Por mais amargo que seja, todo dissabor costuma ser um tanto enriquecedor para esse teatro que demos o nome de "vida", afinal, só se aprende a viver, vivendo. E toda experiência é válida para servir de entretenimento e motivo para boas risadas num futuro próximo (ou longínquo) - desde que haja olhos atentos e ouvidos abertos para compreender a narração saudosa de um capítulo real gravado na memória.
E é doce o sentimentalismo, esse invólucro superficial que ocupa a lembrança. Porque só se lembra daquilo que merece, que teve importância, que adquiriu valor, que significou. E ainda que tenha sido doloroso, a memória é geralmente resgatada acompanhada do sentimento de saudade, se não do fato vivido, ao menos do tempo que passou e que não mais voltará. Se não das palavras ditas, ao menos dos dias de juventude que rapidamente passaram, intensamente marcaram e muito definiu.
E fazendo tudo igual, pensando de maneira sempre parecida, sabemos que o pouco que mudou é sempre o vestígio de que caminhamos progressivamente, e a felicidade, ah... não buscamos, não caminhamos em busca dela... A felicidade não é o objetivo, ela é o nosso estado de espírito, como caminhamos e vemos a vida!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

2011.

Vinte e um dias já se passaram deste ano que começou. Na verdade ele apenas apareceu pra dar um "olá!", mas ainda não expulsou os resquícios de 2010, não limpou a sujeira varrida pra debaixo do tapete, ainda não mudou os móveis de lugar. Não se mudou, não se instalou.
Ainda estou vivendo 2011 com cheirinho de ano passado, na expectativa de que o ano novo seja melhor do que o velho e que essa esperança seja eterna, em todos os finais de ciclo. Desejar o melhor é acreditar que ainda não alcançamos o êxtase, que devemos sonhar e jamais se acomodar!
Como sempre, tenho para mim que boas novas virão, e virão pra marcar este ano ímpar - figura e literalmente - nas boas recordações da memória.
Quero mesmo que as mágoas passadas se esvaiam, que o coração apertado vista-se de forma despojada e confortável.
Que 2011 seja enriquecedor a mim e a você.