terça-feira, 9 de julho de 2013

Ciclo

As mesmas lágrimas que outrora escorreram pela minha face, hoje percorrem o mesmo trajeto.
O mesmo motivo.
A mesma sensação.
A mesma decepção.
O eterno negar. E a minha eterna incompreensão desse por que negar, por que mascarar.
Queria estar calejada para não sentir nada. Mas calejar é viver esta repetição na exaustão.

Me nego.

Nego que tudo aconteça de novo. Nego chorar pelos mesmos motivos.
Nego que me neguem o que deveria ser natural.

Exausta.
De tentar entender o porquê de ser sempre assim comigo.
De desejar o que para os outros é o comum.
De pedir por coisas que deveriam acontecer e vir até mim naturalmente.
De sonhar que eu vou viver o meu ideal sem passar por isso de novo... e de novo... e de novo...

terça-feira, 8 de maio de 2012

o agora.

Compulsão, ansiedade, medo... um milhão de pensamentos, idéias, suposições. Cartas na manga para o caso de nada dar certo e tudo fugir do controle.

É complicado viver à deriva, com as velas recolhidas. É difícil viver na incerteza que é este marzão chamado “vida”. Ora te impulsiona com força para frente, ora te ameaça com violentas ondas, com vento e chuva, isso quando as ondas não se mesclam às torrentes de lágrimas que me caem dos olhos, provocadas por essa angústia que é a incerteza.

Conto os dias, rabisco planos. Faço contas, escrevo versos. Construo expectativas por uma coisa que não sei em quê se baseia, talvez porque haja alguma necessidade neste meu interior de acreditar em alguma coisa.
Castelos de areia ao sabor do vento.

domingo, 6 de maio de 2012

Não é?

Conversas longas e pausadas. Palavras analisadas, pensamentos meticulosamente construídos e direcionados. Aconselhar é uma das tarefas mais difíceis que cabe ao ser humano, ao amigo, ao irmão. Talvez seja por isso que poucos sejam capazes de ser bons aconselhadores. Aconselhar é esquecer a desordem que se encontra a vida, isolar-se da própria dor. É entregar-se às inquietações alheias e compreendê-las de maneira crua, dura e racional, para buscar o acalento, mas nem sempre a solução. Remediar os males é dom de poucos, é pra quase ninguém. Não é pra mim. Nem eu.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desejos...

E a minha opção para hoje é ser feliz, independente da ordem, de toda essa ordem, de quem tentar se opor. Escolho sorrir para o estranho, brincar com o malandro, equilibrar a sensatez em meu nariz.
Decido optar pelo discreto, pelo duvidoso, que sabiamente questiona, intriga, inspira. Que encantadoramente atrai.
Opto pelas dúvidas, pelo frio na barriga, pelo tremor das mãos e pelo suor discreto e gelado que atinge especialmente as extremidades do corpo em momentos quentes, de dias frios.
Desejo a incerteza do sorriso, na esperança do contato para a realização do inesperado.

terça-feira, 21 de junho de 2011

muito além...

Não é uma questão de saber da existência, mas de conhecer... intimamente, se possível.
Não basta simplesmente trocar algumas frases desconexas, ou desabafar um problema solucionável para saber cada detalhe da vida de alguém, ou o caminho de seus pensamentos.
Não basta conhecer a cor ou a banda preferida dela para considerá-la previsível, nem os planos que ela possui para os próximos dois meses pra acreditar que você já faz parte de sua vida.
Há muito mais além de simples conversas em redes sociais, de scraps trocados, sms mandados e muito mais do que seis palavras ouvidas através de uma ligação de celular.
As fronteiras vão muito além dos quilômetros que distanciam o tato.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ironia

(latim ironia, -ae, do grego eironeía, -as, dissimulação, ignorância)
s. f.1. Expressão ou gesto que dá a entender, em determinado contexto, o contrário ou algo diferente do que significa.
2. Atitude de quem usa expressões ou gestos irónicos.
3. Sarcasmo.
4. Acontecimento ou resultado totalmente diferente do que eram as expectativas (ex.: ironia trágica).


Nada melhor do que compreender a palavra em seu sentido denotativo para daí aceitar os infortúnios cotidianos.
A vida é constantemente irônica, dicotômica, sarcástica, mesquinha, egoísta e desgraçadamente surpreendente e é necessário possuir uma habilidade extraordinária pra conseguir driblar esta adversária tão feroz.
Confesso que não sou uma dessas, sou daquelas que frequentemente desabam no chão, vítima de uma forte rasteira. Ou então daquelas, que comummente surgem com o rosto avermelhado pelo tapa que a vida lhe acertou.
Admito também que não sei lidar muito bem com isso, porém tento convencer-me de que o reconhecimento das próprias dificuldades já é um grande passo para conseguir superá-las. Mas ainda falta tanta motivação, faltam tantos impulsos...
Mas quem me vir, dirá que sou feliz e otimista, e que pensamentos tão perturbadores são incapazes de interrogar a minha consciência. Esquecem-se que esta voz só tira apenas o meu sono, só dificulta a decisão dos meus atos, só aflige os meus sonhos e impede a realização dos meus planos. Esquecem que o sorriso mascarado, que as sátiras verbalizadas e que os gestos soberbos escondem a constante desmotivação, a fraqueza, o desânimo e a desventura de alguém inanimado.
É cômico saber que para isto não há compreensão, mas sim aceitação. Recuso-me a compreender quando deveria recusar-me a aceitar. No entanto aceito, como consequência irônica daquilo que nomeiam vida e que coube a mim assumí-la de maneira particular.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tirando a poeira...

De repente todas as luzes se apagam. Todas as pessoas já se foram, os bancos encontram-se vazios e toda a sujeira de pipocas, doces e refrigerantes é o que restou de um espetáculo tão fabuloso. E nada é como antes.
Ter obrigatoriamente que arrumar o recinto para novas repetidas apresentações é desmotivante, cansativo e desprazeroso. Gostaria sim, de poder sentar-me e assistir a vida acontecer, assim... sentada na primeira fileira. Assim, ver a trama cotidiana e esquecer que por mais de vinte anos fui personagem desta vida teatral.
As mudanças de ciclos, as passagens de etapas, toda a transitoriedade é desmotivante...